Vida

Vida
"Nossa capacidade de amar é limitada, e o amor infinito; este é o drama. Carlos Drummond de Andrade"

sexta-feira, 11 de março de 2011

"REALIDADE"




Acabei de assistir o jornal da Globo e como sempre gargalhei. A primeira manchete relatava a morte (outra) fria e cruel de um Universitário, cidadão, estudante, trabalhador, filho, amigo de muitos, amado por todos que o conhecia. O Estudante foi assassinado com um tiro na cabeça a sangue frio quando chegava em casa após mais um dia duro de trabalho. Não houve críticas no relato da reportagem, apenas foi mostrado o que havia acontecido e também foi lembrado que este é o terceiro caso semelhante em menos de uma semana. Apenas foi relatado que nós, trabalhadores, estamos morrendo como formigas, estamos sendo dizimados por marginais que se armam e tomam conta das ruas. Somos orientados à não reagir em casos de assaltos, e assim nos comportamos, mas os últimos casos mostram que de nada adianta abaixar a cabeça, pois eles atirarão da mesma forma e tirarão vidas inocentes. Mas isso não foi o fato que me fez gargalhar, não, isso me faz irar por dentro, cresce no peito um sentimento de justiça, de paz e isso faz chorar. O que me fez sorrir foi que, após relatar o ocorrido, o jornalista anuncia a próxima reportagem com um tom de revolta e diz que câmeras de um repórter amador flagraram abusos policias na favela da Cidade de Deus, onde alguns policias deram tiros para cima e ameaçaram alguns moradores, chegando até mesmo a quebrar a máquina fotográfica do “grande repórter” que se encontrava no local da ocorrência, à trabalho. Então o jornalista relata que a polícia chegou ao local na madrugada de quarta feira solicitando que a festa de carnaval que estava ocorrendo na comunidade fosse encerrada devido a uma briga que havia acontecido, após a solicitação a polícia entrou em confronto com moradores que se recusavam a sair do local e atiraram garrafas de vidro nos agentes públicos que tiveram que usar gás de pimenta e dar três tiros para cima para conter os “inocentes moradores”. Sabe o que revolta? O que me revolta é o fato de que a Polícia brasileira não pode se quer dar um tiro que é chamada de corrupta e abusiva, mas os marginais estão à solta e matam dezenas de brasileiros inocentes todos os dias, toda a hora. O que me revolta é que a maldita imprensa anuncia com toda a tranquilidade do mundo a morte de um Universitário, mas quando o assunto é a Polícia brasileira, aí os jornais se enchem de revolta e fazem tudo ao seu alcance para que os superiores tirem das ruas os únicos responsáveis por nossa segurança, os únicos com coragem de enfrentar aqueles que nos tiram o sono e nos roubam a paz. Esses chamados de corruptos e abusivos são os únicos que enquanto dormimos, estão nas ruas, nas favelas, nos bares, deixam seus familiares para enfrentar os verdadeiros criminosos. A imprensa sim é nojenta e corrupta, molda matérias de acordo com os seus ideais e só anuncia com clareza o que lhes convêm. Persegue a classe trabalhadora e nos faz acreditar em mentiras.
"O jornalismo é popular, mas é popular principalmente como ficção. A vida é um mundo, e a vida vista nos jornais é outro." (Gilbert Keith Chesterton)

Parabéns a Polícia brasileira, pelo trabalho árduo e bravo que tem desempenhado, mesmo sem o apoio e os recursos necessários! Fica uma pergunta: - Você já Imaginou como seria a sociedade sem a  Polícia?

sábado, 5 de março de 2011

"CRESCER?"


Está ficando tarde, e eu tenho medo de ter desaprendido o jeito. É muito difícil ficar adulto. "
Caio Fernando Abreu"